A carta



Quando eu era ainda muito pequena lá pelos meus 6 anos ou até um pouco menos, eu imaginava minha vida ao longo do tempo, parece incrivel mas eu imaginava, você não deve ter reparado que lerdo é o tempo quando se é pequeno os dias demoram a passar, natal nem se fala.
você vai levando a vida dentro dos padrões das coisas invantadas e vividas.
Dê um pedaço de pau eu criava meu garboso cavalo de um pano velho e descolorido, eu criava meu manto de heroina, de uma ripa velha resultava uma espada, e com estas armas eu desafiava o meu pequeno mundo contido em minha cabecinha, criava guerras e as vencia, criava adversarios e os subjugava, galopava rapidamente rumo a desafios desproporcionais somente com a minha imaginação.
Da minha Janela para o mundo, minha inventividade projetava distancias enormes meus pensamentos se divagavam e diluíam no tempo, Meus horizontes era exatamente os da minha imaginação sem freios e sem fronteiras, pois eles inexistem em minha cabeça, meu mundo é o mundo que meu pensamento alcança.
Porém o tempo foi passando e com ele surgiu a realidade que não esta sendo tão facil de transpor, surpresa eu sinto que os horizontes vão se encurtando, que minha imaginação cede lugar as coisas concretas que mais rapidamente que os meus antigos sonhos, se projetam e me deixa atônita e sem ação, como é forte a realidade que vejo, mais forte que todos inimigos que eu inventei, mais cruel que todas as guerras sonhadas, mais inimiga do que todos os inimigos criados.
Com a chegada das coisas reais eu me sinto fraca e abatida, em algumas ocasiões como se eu fosse uma perdedora.

SEI QUE É PURO ENGANO.

O fato é que do pequeno mundo da minha imaginação, foram esquecidos os grandes planos com os quais eu vencia todas as guerras. E estes sim eram importantes.
O mais importante pra mim é a audácia da espada de pau, e a imponência e coragem de meu cavalo que a todos inimigos junto comigo, vencia todas as batalhas.
Eram os horizontes que eu vislumbrava e era a medida dos meus sonhos.
Aos meus 17 anos creio que a coisa mais importante que eu gostaria de deixar e não falo nada material, é a lembrança dos fato da minha infância que me tornava tão corajosa, e destemida e invencivel, meu mundo era tão pequeno proporcional ao meu tamanho por isso existe uma constatação de que ...

AS COISAS NÃO SÃO ENORMES E IMPOSSIVEIS DE SE CONQUISTAR.

Basta apenas eu não me divorciar da criança que sempre deve existir dentro de mim, e a minha dentro de vocês, fermentar meus sonhos e manter acesa a chama e a criatividade, batalhando com meus piores inimigos, tais quais aqueles que criei, estabelece objetivos, por mais estranho que parecia para os outros, eu perseguia como eu fazia no lombo de meu invencivel cavalo de pau.
Estou satisfeita do que foi conseguido até agora mas, ainda há muito o que realizar. junto a esta carta vai um presente pessoal de sua amiga que representará o tamanho pequeno e fragil com a simplicidade de uma criança, eu consegui doma-lo. Aqui não será o fim.

Andréia Oliveira